“Pra quando chover…”
Escalada em artificial no teto do Grutão dos Índios.
Conquistada por Mauro Dagostini e Juliano Perozzo, com a participação de Guilherme Franzoi e Leandro Rutzen.
Acabáramos de equipar com proteções fixas a via “Código Braile”, no Parque de Montanhismo em Flores da Cunha e sedentos de conquistas, elencamos algumas prioridades. Terminar alguma das vias iniciadas do Cerro da Glória, na 3ª Légua, abrir uma via ao lado da cascata no Parque de Montanhismo em Flores, e quando o tempo estivesse meio ruim iríamos conquistar, talvez, o maior teto em artificial do Brasil, no Grutão dos Índios, em Santa Lúcia do Piaí, Caxias do Sul. O teto realmente não apresenta, na sua extensão maior, nenhuma possibilidade de escalada em livre. No intuito de criar uma possibilidade de treinamento em artificial, seja para cursos, seja para experiência, abrimos ali mesmo, talvez um dos maiores artificiais em teto que ouvi falar em meus 19 anos de montanhismo. Contando com o apoio da furadeira a bateria do Mauro e do Guila não foi muito difícil concluir a via. Foram 4 investidas, sendo duas delas iradas, como um robô conquistador, não parava de furar, até acabar a carga da bateria. A maior parte a via são passadas em chapeletas com chumbadores de expansão. Algumas passadas em parafusos de 3/8, onde houve a possibilidade, e uma única passada em móvel, um friend 1 na última passada antes da parada. Se ativar o “modo monstro” deve dar para passar usando a fenda do friend para a mão e cruzando a outra já com o estribo na mão, ai chegou na parada, uma chapeleta com mosquetão abandonado e mais acima uma chapeleta com argola. Rapele na argola passando a corda também no mosquetão da chapeleta de baixo. São 35 passadas em artificial, leve pelo menos 25 costuras ou mosquetões e estribos e recolha mais umas 10 costuras ou mosquetões de passadas anteriores, haja visto que a maioria é chapeletas e a via está muito bem protegida. A via tem extensão aproximada de 28 metros e altura de 20, portanto uma corda de 50 metros e talvez uma corda retinida, para auxiliar no reboque de algum equipo que faltar, são suficientes. Boa escalada e atenção, toca-toca…
Juliano Perozzo
A via foi repetida em dezembro de 2008 pelo Marcelo e o Maikon, em 3 horas. Consideraram o crux a passagem pelo friend 1, na última passada.