“E aí amigo Kriko, como vão as coisas por aí? Por aqui tudo tranqüilo. Estou te mandando uma historinha da viagem e o material que tu e o Juliano me emprestaram. Um abraço a todos!! Tudo começou com um trabalho com a RBS aqui no canyon Malacara que rendeu grana para a viagem, aí foi só agilizar a logística e parte do que precisava já estaria na mão como: equipos básicos, mapas e informações detalhadas sobre a montanha. O objetivo era o cume, mas Plaza de mulas já estaria bom se tivesse muita neve. Fui de carona com a transportadora Pellenz, saí de Caxias do Sul no dia 29 de março às 9:00h da manhã e cheguei em Mendoza às 12:30h do dia 1º de abril. Para pegar a subsecretaria aberta foi uma carreira, mas consegui. Informado de que não precisaria pagar o ingresso, peguei folderes e explicativos sobre Mendoza e o Aconcágua. Fui então para Puente Del Inca onde fiquei mais dois dias descansando e fazendo caminhadas de aclimatação. Dia 4 de abril eu estava me dirigindo ao P. Provincial. Fui bem recebido pelos guarda parques, peguei informações gerais de trilhas, abrigos ou refúgios, faixas de rádio e assinei um termo de compromisso “tirando da reta” os responsáveis do parque por qualquer burrada minha. Segui viagem mais 1 hora e armei acampamento na quebrada durazno, a noite foi fria e nevou. No outro dia fui até Confluência, uma caminhada de 4 horas e 30 minutos, cheguei tranqüilo e armei acampamento. No dia seguinte fui a Plaza Francia onde já peguei neve pelo joelho. Foram 3 horas e 40 minutos de caminhada então aí comecei a sentir falta de oxigênio e para voltar foi rápido, 2 horas. Fiquei mais um dia em Confluência e então no dia seguinte comecei a caminhada para Plaza de Mulas. Caminhei das 1:30h da tarde às 8:00h da noite e dormi no refúgio Colômbia que estaria parcialmente destruído, então no outro dia cheguei a Plaza de Mulas com mais de 1 hora e 30 minutos de caminhada. Fiquei alojado no refúgio que fica ao lado do hotel. O refúgio é completo e não falta nada. Pra quem iria dormir numa barraca o refúgio é bom demais. Usei o refúgio apenas pra dormir pois caminhei bastante, fui a 5.000 metros mais ou menos e resolvi desistir pois havia muita neve e eu estaria sem botas plásticas e crampons. Com os pés completamente “encarangados” voltei para o refúgio e decidi que o cume eu tentaria no ano que vem com um patrocínio, pois faltou equipamento mas sobrou fôlego e disposição. Então da Plaza de Mulas vim para Confluência e de Confluência fui a Puente Del Inca onde peguei um ônibus e vim para o Brasil, pois este é o melhor país do mundo para se viver. Com certeza. Cheguei em casa dia 15 de abril às 8:00h da manhã. Com certeza o sentinela de pedra e a montanha mais linda que já vi.”
* Carlos Alberto C. Reas, o “kaloka”, é canyonista e guia nos parques dos Aparados da Serra e Serra Geral.
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